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As Maquiavelianas, de Sérgio Cardoso

Apresentação

Maquiavelianas — povo e poder popular, Maria Spector

A publicação das Maquiavelianas de Sérgio Cardoso1 é um verdadeiro acontecimento, não apenas no campo dos estudos republicanos (do qual o autor é um dos pilares no Brasil2), mas também no âmbito da reflexão política, entendida em sentido mais amplo. Os textos reunidos a seguir são um claro testemunho disso. Deram-se em circunstâncias distintas, em cidades distintas,3 mas investidos, penso, de um mesmo espírito: celebrar o trabalho do autor, é claro; mas, sobretudo, valer-se do privilégio de sua interlocução para investigar a fundo as questões de nosso tempo (no limite, nossas próprias questões, iluminadas pelo seu pensamento). Há que se destacar também — e a ele agradecer, muitíssimo —, o time que se reuniu em torno deste dossiê, tão brilhante quanto o autor cujo trabalho ele analisa. Com efeito, as contribuições de Helton Adverse, Vinicius de Figueiredo, Maria Isabel Limongi, Eunice Ostrensky e Luís Falcão4 não apenas ressaltam as qualidades da obra, mas a enriquecem com a particularidade e agudeza de seus pontos de vista. Penso que o dossiê fala por si só e que não há, portanto, melhor forma de apresentá-lo senão por meio do convite à sua leitura.

Por fim, devo apenas acrescentar que os textos — bem como os comentadores e comentadoras — nele reunidos expressam também, tacitamente, um apelo (ou até mesmo uma reprimenda) ao autor: que não tenhamos de esperar tanto pelo próximo livro; a alguém que escreve tão bem não deveria ser permitido publicar tão raramente.