Cadernos Rosa
Edições impressas de textos e dossiês da revista, publicadas pela Editora Hedra.







Brasil 200
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Concebido por ocasião do Bicentenário da Independência, Brasil 200 é uma boa entrada para entender o passado do Brasil. Reunindo ensaios de especialistas de diversas áreas, este caderno retraça as principais linhas de formação do país, num pequeno exercício de totalização histórica da nossa experiência como Estado nacional. A ideia não é se lançar num mergulho monográfico sobre 1822. Nem abraçar o Brasil inteiro em busca da globalidade dos seus eventos e episódios. Ao contrário, a intenção é oferecer uma visão de conjunto sobre temas constitutivos de quem somos ou queremos ser como comunidade social e política no século XXI. Alguns capítulos deste caderno apareceram na Revista Rosa no fim de 2022. Outros são inéditos. Juntos, eles cobrem da destruição ambiental à escravidão dos negros, do racismo multiforme e percuciente aos pactos fiscais regressivos, das plantations 2.0 rebatizadas de agronegócio às ações contestatórias dos subalternos, dos nossos regimes constitucionais ao pensamento social brasileiro.
Tecnologia como gênero e outras fenomenologias encarnadas
Entrevista com McKenzie Wark
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Nesta entrevista realizada em colaboração com a plataforma experimental Weird Economies, a escritora e teórica McKenzie Wark transmite generosamente a singularidade de sua obra: ideias provocadoras e originais marcadas pela experimentação com a linguagem. Professora de Cultura e Mídia, diretora do programa de Estudos de Gênero da New School for Social Research em Nova Iorque, e autora de A Hacker Manifesto, Capital is Dead, Reverse Cowgirl, entre outros livros, Wark é uma intelectual destacada nos campos dos estudos midiáticos e da teoria crítica, com contribuições conceituais significativas como a classe vetorialista e sua análise da cultura hacker. Nesta conversa, a autora expande diversas facetas de sua curiosidade intelectual e de sua trajetória pessoal: a experiência de dissociação no seu processo de transição, o projeto em andamento de um livro sobre festas raves, a formulação de táticas e redes coletivas de improvisação e (in)visibilidade que possam resistir aos processos extrativistas e comerciais dos nossos corpos e desejos.
Frantz Fanon em revista
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Quando a terceira edição brasileira de Pele negra, máscaras brancas chegou ao mercado editorial brasileiro a Revista Rosa decidiu revisitar esse clássico do psiquiatra e filósofo martinicano Frantz Fanon. A atualidade de seu pensamento, evidenciada pelos (e nos) artigos que compuseram o dossiê, se renova agora neste caderno. Na composição do mosaico de artigos, nos engajamos no movimento de descobrir e redescobrir Fanon, outro modo denunciar e pôr fim ao racismo à brasileira, marcado, como tão bem diagnosticou Lélia Gonzalez, por sua denegação. Descobrir e redescobrir Fanon como forma de destruir e de construir outros mundos. Que mais uma vez a leitura dos textos que compõem este dossiê possa contribuir para isso.
Augusto de Campos, 90 anos
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A atuação de Augusto de Campos no cenário poético internacional, via tradução, capta o que há de transformação na poesia e nas artes. Suas escolhas tradutológicas, assim como sua prática — que se afirma inventiva —, têm papel fundamental na formação de uma geração atenta às novidades vanguardistas norte-americanas, europeias, russas, ambientando a discussão para a recepção do concretismo no Brasil. Em homenagem aos 90 anos do nosso poeta, convidamos especialistas, admiradores, amigos, poetas, artistas e tradutores cuja influência de Augusto está presente e é mesmo evocada com orgulho. Este caderno conta ainda com dois poemas inéditos, que nos foram enviados por Augusto, e um logo comemorativo, proposto pelo artista Daniel Scandurra.
O lado escuro da paisagem
— entrevista com Eliane Robert Moraes
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Motivadas por pesquisas semelhantes, mas sobretudo por uma admiração em comum pela pesquisadora Eliane Robert Moraes — professora de literatura brasileira na USP, autora do livro O corpo impossível e organizadora da Antologia da poesia erótica brasileira —, Marcela Vieira e Mariana Portela Echeverri se organizaram para pensar, juntas, uma série de perguntas para esta entrevista publicada na Revista Rosa. A entrevista, cujo tom é o de uma conversa provocativa, crítica e estimulante, percorre temas como censura, ficção, desejo, fantasia, sempre tendo em mente a sexualidade — suas fendas criativas para novos mundos; seus reveses decorrentes de um moralismo em permanente atualização. A entrevista foi realizada em etapas, entre janeiro e abril de 2021.
Uberização: trabalho precário e formas de resistência
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A emergência e a disseminação de plataformas digitais em diversas esferas de nossas vidas nos últimos anos produziram uma espécie de tecnoeuforia na sociedade. À primeira vista, poderia parecer bom para todo mundo. Uma tecnologia que conecta consumidores e trabalhadores, oferecendo um serviço mais conveniente para os primeiros e vantagens também para os segundos. Em vez de ter que procurar um táxi vago na rua, basta indicar a necessidade em um aplicativo e o motorista vem até você. Em vez de ter que entrar em uma fila de um ponto de táxi, basta ao motorista esperar as corridas chegarem por notificações no celular. Vantagens semelhantes poderiam ser listadas em relação aos demais tipos de uberização do trabalho e do consumo. A essa altura, no entanto, já estamos escaldados de que nada é o que parece na opacidade ideológica do capitalismo de plataforma. Por trás da modernidade reluzente dos apps, o que existe é mais precarização das relações de trabalho, em inúmeras dimensões: jornadas de trabalho sem limites, renda baixa e incerta, acidentes constantes, gerenciamento algorítmico indecifrável que é usado para dividir e controlar a classe trabalhadora. Não se trata, é claro, de querer girar para trás os ponteiros do relógio: não há nada mais distante da perspectiva deste dossiê do que considerar o mundo dos motoboys terceirizados e dos alvarás de táxi concentrados nas mãos de grandes empresários como um paraíso perdido. A luta por uma sociedade emancipada não se opõe aos avanços tecnológicos, mas cobra deles suas promessas não cumpridas. O objetivo deste dossiê é trazer para as leitoras e os leitores da Rosa o debate sobre a uberização em sentido amplo, estimulando a discussão sobre essa fronteira da exploração do trabalho e das formas de resistência da classe trabalhadora. Para tanto, contamos com quatro artigos, escritos por pesquisadoras e pesquisadores brasileiros que têm estudado o assunto a partir de ângulos que se complementam. Contamos também com a tradução de um artigo de Veena Dubal, professora da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e militante na luta por direitos para os trabalhadores uberizados. Por fim, mas não menos importante, publicamos duas entrevistas com lideranças de movimentos organizados de entregadores: Gil, do Sindimoto-SP, e Galo, dos Entregadores Antifascistas.
Revolução conservadora e neoliberalismo
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Era conhecida a meticulosidade com que Ruy Fausto trabalhava seus textos. À exaustão, procurava aparar cada detalhe, de forma e conteúdo. Os textos deste Caderno já estavam em estágio muito avançado e haviam sido planejados pelo próprio Ruy para publicação do primeiro volume da Rosa. Ruy faleceu antes de ver os textos publicados. Decidimos, assim, com a autorização e concordância de sua família, editá-lo para publicação. Os textos, que na revista online foram publicados em duas partes (conservamos o formato nesta publicação), começaram a ser pensados em meados de 2019. Depois de uma longa pesquisa, Ruy redigiu a primeira versão em dezembro de 2019 (há uma indicação precisa a respeito do dia 22 de dezembro). No entanto, pelas notas ao final e por nossas conversas, sabemos que ele trabalhou nesse texto até o final de abril de 2020. Partindo dessa última versão, revisamos o texto, checamos as referências, conferimos citações e explicitamos as fontes quando estavam esboçadas ou não tinham sido apontadas. Também verificamos as traduções, fazendo as que se encontravam apenas indicadas. É importante frisar: o texto encontra-se quase idêntico ao que encontramos. Não há, com nossa edição, nenhum tipo de mudança substancial, que altere suas teses, seu formato ou mesmo seu estilo. Ruy Fausto foi o idealizador da Revista Rosa e teve oportunidade de vê-la lançada em seu primeiro número. Damos início a essa primeira sessão dos Cadernos com dois de seus textos e pretendemos continuar publicando textos e aulas de sua autoria ainda inéditos.