The Poly Rat, nº 1



Breve situação da história The Poly Rat
Esta HQ foi pensada para ser bem curta, coisa de oito páginas, divididas em duas partes. A ideia inicial era ter a Polyside Chair (1963), do Robin Day para a Hille Furniture, como protagonista da história, a pretexto de falar sobre design de móveis e eficiência industrial, e como muitas vezes grandes ícones históricos podem passar totalmente desapercebidos, e de como talvez essa seja afinal uma de suas grandes vitórias como objeto no mundo.
Para tal, dois personagens dariam conta da ação envolvendo a cadeira, sendo: um homem de meia idade chamado Zé e um rato marrom comum.
O rato se aproximaria de um Zé a cochilar. Uma voz em off chama a atenção do homem que, surpreso, se levantaria e atacaria o rato com a cadeira, que ficaria suspensa no ar por algum motivo misterioso, mágico ou não, a ser explorado na segunda parte da história. A ideia afinal era enfiar uma cadeira icônica numa disputa absurda entre um homem e um rato e a violência que daí poderia decorrer.
Acontece que não estava muito contente com o rumo da história, e então resolvi voltar e desenvolver um pouco mais a fundo os personagens. Como queria ainda trabalhar com a Polyside Chair, fiz com que José Gumercindo Pontes fosse um brasileiro que trabalha como vigia noturno numa fábrica da Hille Furniture na Inglaterra no início dos anos 1970. Daí algumas coisas serem em inglês. A ideia é que ele não entende muito do idioma, então parte do que acontece ao seu redor é por ele ignorado.
Há algum rigor histórico, mas de jeito nenhum pretendo ser realmente rigoroso. Por exemplo, não consegui ter certeza se fábricas de móveis no Reino Unido tinham guardas noturnos. Já o Ford Capri 1600GT 1970 que aparece na última página da 2ª parte foi um dos carros mais vendidos dos anos 1970 na Inglaterra.
Já o rato virou ratos. Um grupo de ratos que misteriosamente se apossa das bitucas do fumante compulsivo José para fazer algo que ainda é um mistério.
Abandonei (pelo menos inicialmente) a ideia da violência e escolhi tomar o rumo do misterioso sumiço das bitucas.
A ideia da história, portanto, é uma que se faz conforme acontece. Ela não está totalmente planejada, nem seu tamanho definido. A proposta de fazê-la mensal, e não mais acompanhando as edições trimestrais da Rosa, é também um esforço para conseguir desenvolver essa narrativa com essas premissas iniciais e tentar explorar as possibilidades que se mostrarem ao longo do caminho sem perder de vista a origem da história e as motivações iniciais. Mas que não necessariamente esteja atrelado a alguma intenção nem tenha um desfecho garantido.
Espero que desperte algum interesse nos leitores.