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Breve biografia do amigo Ruy Fausto

foto: Renato Parada

Nascido em São Paulo, 22 de janeiro de 1935, Ruy Fausto era filho de casal judeu: Simon Brettschneider Fuss, imigrante da Europa central, e Batsheva Salém, de família turca. Seu pai, comerciante de café, inventou o sobrenome Fausto no lugar de Fuss e sua mãe no Brasil ficou conhecida como Seva ou Eva. Era o irmão do meio, entre o mais velho, Boris, e o mais novo, Nelson.

Ainda adolescente começa a nutrir um interesse especial pela política. Inicialmente aproximando-se da esquerda democrática do Partido Socialista Brasileiro, pouco depois Ruy passa a frequentar, por influência do irmão Boris, grupos radicais da esquerda trotskista. Sob essa influência, nos anos finais do ginásio lê os clássicos do bolchevismo, as brochuras de Lênin e Trótsky. Terminado o colegial, Ruy ingressa na Faculdade de Filosofia e também na de Direito, ambas da Universidade de São Paulo, em 1953. No final do ano seguinte, entra para o Partido Operário Revolucionário, órgão filiado à IV Internacional, consumando sua transição do socialismo para o trotskismo antes mesmo de completar os 20 anos.

Graduando-se em Filosofia em 1956, começa a escrever — incentivado por Antônio Candido — resenhas para o caderno cultural do Estado de São Paulo, em especial sobre livros de história e filosofia da ciência, tornando-se também assistente do professor João Cruz Costa no departamento de Filosofia da USP. Por pouco tempo, Ruy foi professor de sociologia no secundário no Mackenzie e, depois, também durante um curto período, professor na Faculdade de Filosofia de Rio Claro, que viria se tornar a Unesp, onde lecionou Filosofia e História da Educação. Nas Arcadas do Largo de São Francisco, Ruy obtém a titulação em Direito em 1960, encerrando um curso que fora apenas secundário em sua formação.

Já com planos para realizar estudos aprofundados sobre a obra de Marx, Ruy participa brevemente do primeiro seminário uspiano sobre O Capital, iniciado em 1958. Contudo, após poucas reuniões, deixa de frequentar o grupo para perseguir uma pesquisa própria. Aos 25 anos, ganha uma bolsa de estudos e viaja para a França no final de 1960, ficando em Rennes para uma pesquisa sob a tutela de Gilles Granger. De retorno três anos mais tarde, assume o cargo de professor titular na USP. Na volta, participa ativamente do segundo seminário sobre O Capital, cujo resultado é o surgimento da revista Teoria e Prática, idealizada por Ruy e Roberto Schwarz.

Lançada em 1966, Teoria e Prática teve três números. Para as primeiras edições, Ruy fez resenhas críticas sobre livros ligados à realidade política nacional. Para o terceiro número, escreveu um artigo teórico denominado Sobre o destino da antropologia na obra de maturidade de Marx. Por razões diversas, o texto acabou não sendo publicado e, dado o endurecimento do regime militar com o AI-5, a revista se encerrou em 1968. Ainda que escrito numa linguagem mais próxima da fenomenologia do que da dialética, já nesse artigo se encontram algumas indicações dos caminhos temáticos pelos quais seguiria a obra de Ruy e em estado embrionário lá se encontram algumas teses posteriormente desenvolvidas.

Em 1969, Ruy se exila primeiro no Uruguai e, depois, no Chile. Vivendo sob o governo de Eduardo Frei e depois de Allende, Ruy foi professor de filosofia na Universidade Católica do Chile. Por sugestão de Gérard Lebrun, vai à França em 1972 para retomar seu projeto de pesquisa com Granger. Chegando lá, inscreve-se em uma tese de terceiro ciclo, equivalente ao nosso doutorado, passando da orientação de Granger, pouco ligado a seu tema de pesquisa, para a de Jean-Toussaint Desanti. Nesse período, faz notáveis avanços no interior de uma perspectiva já marcadamente dialética, tanto na forma quanto no conteúdo. Prevendo voltar ao Chile no começo de 1974, vê-se forçado a ficar na França por conta do golpe militar de Pinochet.

Estabelecido em Paris, onde, por intermédio do amigo Michael Löwy, torna-se professor de sociologia da universidade Paris VIII Vincennes, em um programa para exilados chilenos. Pouco depois, consegue uma transferência para o departamento de filosofia da universidade, no qual lecionavam figuras como Jacques Rancière, Gilles Deleuze e Jean-François Lyotard. Começa então, a partir de 1974, um longo percurso de seminários sobre Hegel, Marx e Adorno, além de outros cursos sobre autores clássicos da filosofia moderna e contemporânea, como Descartes, Spinoza, Monstesquieu, Locke, Kant e Husserl.

Compilando seus estudos sobre dialética e marxismo, Ruy apresenta uma tese de terceiro ciclo em 1981, sob a direção de Jean-Toussaint Desanti, e torna-se doutor em filosofia pela universidade Paris I. Com base nessa tese, que reúne textos publicados ao longo dos anos 1970 e do começo dos anos 1980, Ruy publica o primeiro volume de Marx: lógica e política, em 1983, pela editora Brasiliense, abordando especialmente os problemas relativos ao (anti)huma­nis­mo, ao (anti)antro­po­lo­gismo e à validade da lei do valor. Tendo se tornado um clássico do pensamento dialético brasileiro, o ponto de partida da série é o diagnóstico de que:

Só a retomada do projeto da dialética enquanto discurso rigoroso permitiria mostrar até onde pode ir o marxismo, em que sentido e em que medida ele se rompe. A análise dos limites do marxismo é assim, ao mesmo tempo, investigação dos seus “fundamentos”. O que significa: o marxismo envelheceu, mas ao mesmo tempo, ele é desconhecido. E ele é desconhecido — voltamos ao ponto de partida — porque a dialética é desconhecida: ela se perdeu nas dialéticas vulgares — antes de sofrer o contrachoque da “crise do marxismo”. É necessário assim realizar um duplo trabalho, cujos momentos se apresentam como opostos: analisar os limites do marxismo, o que supõe uma relação crítica com ele, e analisar os seus “fundamentos.1

É importante notar que, na reedição desse primeiro volume, em 2015, o livro passa a ser Sentido da dialética, com o subtítulo Marx: lógica e política — apontando para o fato de que Marx era apenas um momento, ainda que privilegiado, para discutir seu verdadeiro objeto de estudo: a dialética. Isso significa que, se há dialética depois de Marx, ela tem que se iniciar por uma crítica rigorosa do pensamento marxista. Os que se apressaram em proclamar a morte do marxismo sem entender seu verdadeiro potencial produziram teorias que ficam aquém da dialética clássica. Sem ser marxista, o projeto de Ruy é, então, pesquisar rigorosamente os limites do marxismo para não incorrer nessa falsa superação.

Expediente que se repete nos demais tomos da série, Ruy parte de falsas leituras da obra marxiana para, operando a crítica dessas compreensões equivocadas, demonstrar como as inconsistências e antinomias amputadas a Marx são insuficiências dos próprios intérpretes, que não souberam entender adequadamente a dialética. Assim, é possível mostrar que toda perspectiva do entendimento — mesmo as mais sofisticadas — é impotente frente a uma compreensão dialética, única capaz de revelar os verdadeiros resultados que o marxismo pode alcançar.

Manejando a lógica dialética com destreza impressionante, Ruy não faz uma apresentação linear, que incorreria em simplificações grosseiras, mas a aplicação dos procedimentos dialéticos na resolução de problemas filosóficos, o que permite entender todo o potencial de suas operações: o par pressuposição/posição, o acolhimento da contradição posta no real, a possibilidade de interversão dos conceitos em seus contrários, a recusa da fundamentação e da não-fundamentação. Só esse caminho pode nos levar, enfim, aos limites do pensamento de Marx, o que permitiria, então, criticá-lo.

Ao longo dos três livros da série, Ruy não se furta a mostrar quais os objetos escapam ao marxismo: as sociedades totalitárias do leste europeu e da Alemanha nazista; as relações entre homem e natureza; a emergência da guerra atômica; as revoluções nos países do terceiro mundo; os fundamentalismos religiosos. É trabalhando alguns desses temas que Ruy propõe uma reformulação da política e da teoria da história provenientes do marxismo. No entanto, a crítica da economia política, vetor maior em Marx, feitas algumas adaptações, é mantida, assim como a lógica dialética que anima essa crítica.

O primeiro livro da série será também lançado em francês alguns anos mais tarde. Em 1986, pela pequena editora Publisud, aparece Marx: logique et politique, prefaciado por seu orientador Jean-Toussaint Desanti. Nesse mesmo ano, com a reabertura política, Ruy volta a frequentar a USP com cursos na graduação. Aproveitando-se de sua estadia no Brasil, reúne os ensaios que compõem o segundo volume de Marx: lógica e política, publicado em 1987 também pela Brasiliense, agora com o subtítulo Investigações para uma reconstituição do sentido da dialética. Nele, a dialética é investida na apresentação da história em perspectiva marxista, no confronto da dialética com a fenomenologia e a filosofia analítica e em estudos sobre a teoria das classes e do Estado no pensamento de Marx.

De volta à França, Ruy retoma o ensino em Paris VIII, de onde ficara dois anos licenciado, e colige os materiais dos volumes dois e três de Marx: lógica e política para defender sua tese de Estado em 1988 — a qual, no ano seguinte, será apresentada na obtenção do título de professor livre docente pela USP. Além de prosseguir com suas aulas, trabalha em um livro extremamente técnico sobre a lógica dialética. Publicado em 1996 pela editora Harmattan, com o título de Sur le concept de Capital: idée d‘une logique dialectique, ele seria posteriormente integrado como o segundo capítulo do terceiro tomo de Marx: lógica e política.

Ainda durante os anos 1990, em paralelo ao objetivo de reconstituir e criticar a dialética marxiana, missão dos volumes que compõem Marx: lógica e política, Ruy inicia uma segunda série, que versa especificamente sobre as relações entre a dialética hegeliana e a dialética marxista. Oprimeiro livro dessa série paralela foi publicada em português sob o nome de Dialética marxista, dialética hegeliana: a produção capitalista como circulação simples, pela editora Paz e Terra, em 1997. Tendo terminado um rascunho do segundo livro, Ruy o engavetou e, assim, permanece inédito. O terceiro livro, Le Capital et la Logique de Hegel, dialectique marxienne, dialectique hégélienne, foi lançado também em 1997 pela editora Harmattan — e será em breve publicado em português.

No ano seguinte, Ruy recebe o título de professor emérito da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo. Em seu discurso, denominado Universidade, democracia e sociedade justa, faz a defesa do modelo democrático de universidade, contra suas formas degeneradas: a tradicionalista-hierárquica, a populista vale-tudo e a produtivista-mercadológico. Ainda nesse discurso, sem criticar o método estruturalista que formou gerações na faculdade, sugere que é preciso ir além dele caso se queira avançar na filosofia brasileira.

De volta à Europa, em 2001, Ruy se aposenta da docência em Paris VIII. Organizando seus escritos das décadas anteriores, lança o terceiro volume de Marx: lógica e política, pela Editora 34, em 2002. Já no prefácio do livro nota-se uma atitude que não renuncia à filosofia, mas passa a se aproximar mais e mais dos problemas da política.

Compilando intervenções, entrevistas, palestras, resenhas e artigos, Ruy lança, no final da década, dois livros dentro desse projeto político: A esquerda difícil, de 2007, e Outro dia, 2009, ambos pela Perspectiva. Essas obras dão início a outro polo de seu trabalho que, articulado com as séries sobre lógica dialética, é dedicado à crítica e reflexão acerca de assuntos práticos de natureza histórica e ética, com implicações filosóficas significativas.

Sobre esse novo núcleo de seu trabalho, no prefácio de Esquerda difícil, Ruy escreve:

Minha formação é filosófica, mas meu interesse pela política vem de longe. A partir da segunda metade dos anos de 1990, os temas políticos e históricos deixaram de ser para mim um “violon d’Ingres” (um objeto de interesse, mas segundo), sem que com isso tenha abandonado meus projetos no plano propriamente filosófico. Na realidade, enquanto objeto de teoria, a política nunca foi adjetiva no que pude publicar até aqui, como mostra o título da série principal dos meus escritos. Mas, embora o estudo da literatura propriamente histórico-política fosse uma paixão antiga e, confesso, talvez a minha maior paixão, eu o fazia (o que vai bem com a ideia de grande paixão…) meio às escondidas, quase clandestinamente. Nos anos 90, mergulhando cada vez mais no tema do destino das revoluções do século XX, terminou finalmente, para mim, o tempo da clandestinidade.2

Se a política nunca saiu de seu horizonte, é a partir do final dos anos 90, como ele mesmo indica, que Ruy se volta definitivamente para esse outro campo. Reelaborando e enriquecendo o desenvolvimento teórico anterior, Ruy realiza uma leitura cuidadosa da historiografia crítica, mostrando as debilidades e insuficiências presentes na interpretação marxista a respeito da história do século XX. Assim, ele se propõe a renovar os esquemas tradicionais da filosofia da história, criticando as ilusões sobre o progresso em matéria de política e mostrando uma complexificação das possibilidades sociais. Nesse polo de seus trabalhos, encontram-se textos sobre a situação política na França, no Brasil, em Cuba, a difícil relação dos filósofos com a política, avaliações crítica sobre a política de Marx, balanços da história do bolchevismo e da social-democracia.

Desse mergulho na política prática, Ruy passa a ter um papel cada vez mais ativo no debate público brasileiro. A fim de formular uma nova perspectiva no interior da esquerda brasileira, Ruy cria, junto com amigos, a revista Fevereiro, em 2010. Marcando posição crítica tanto em relação ao PT quanto à extrema-esquerda, Fevereiro ocupava uma posição peculiar no espectro brasileiro, a começar por seu próprio nome, ideia que veio de Ruy em referência à Revolução de Fevereiro na Rússia czarista.

Aprofundando suas análises críticas sobre a política brasileira, veiculadas em diversos órgãos de imprensa, capítulos de livros e na própria Fevereiro, Ruy publica, em 2017, Caminhos da esquerda, elementos para uma reconstrução, pela Companhia das Letras. Nele, assume uma perspectiva negativa em relação aos projetos hegemônicos que vicejam na esquerda atual:

Meu ponto de partida é a tomada de consciência de que os caminhos que seguiu a esquerda, aproximadamente nos últimos cem anos, representam uma deriva múltipla em relação ao que se poderia considerar o seu encaminhamento original. Pode parecer uma banalidade — para alguns parecerá, pelo contrário, uma heresia —, mas estou convencido de que a primeira coisa a fazer é dissociar o projeto da esquerda da maioria dos projetos e políticas que no último século se apresentaram como representativos dela, na forma de práticas de Estado ou de partido, ou enquanto corpo de ideias. Minha hipótese é a de que um eventual trabalho de reconstrução deve começar pela percepção de que, por diferentes razões e sob diferentes formas, vivemos nos últimos cem anos um período de alienação radical do projeto de esquerda em relação ao que ela representou na origem, e deveria continuar representando.3

Da tentativa de retomar o que seria o encaminhamento original do campo progressista — baseado na democracia, na igualdade e na liberdad —, Ruy critica o que denominou como patologias da esquerda: totalitarismo, populismo e adesismo. No caso brasileiro, isso seria criticar a extrema-esquerda, com seus resquícios totalitários, os descaminhos do PT, que resvala para o populismo, e a ala esquerda do PSDB, alinhada aos ditames do neoliberalismo. Também não fica de fora um embate cerrado com autores da direita e da extrema-direita, afirmando juízos severos e bem argumentados sobre seus personagens mais sinistros.

Ainda em 2017, Ruy lança O ciclo do totalitarismo, trazendo estudos empírico-especulativos sobre a história das revoluções comunistas, dos regimes totalitários no século XX e do fundamentalismo religioso moderno, prosseguindo o plano de reformular o figurino clássico da filosofia da história. Para esse trabalho, foi fundamental o ciclo de estudos sobre o século XX, que, junto com Cicero Araújo, Ruy realizou entre 2008 e 2014 primeiro na pós-graduação do Departamento de Ciência Política e, depois, do Departamento de Filosofia da USP. Resultado de mais de duas décadas de estudos historiográficos minuciosos, o livro se insere no lado propriamente político de seu trabalho, continuando o projeto iniciado com Esquerda difícil e Outro dia.

Em razão de divergências políticas internas, a Fevereiro publica sua última edição no começo de 2018. Sem abandonar a ideia de uma plataforma crítica de intervenção na realidade brasileira, Ruy acalenta a criação de uma outra revista. Após dois anos, reúne um novo grupo para formar a Rosa, lançada em março de 2020. Tal como queria Ruy, Rosa se propõe a intervir de forma lúcida e esclarecida nos assuntos políticos, primando pela atuação rigorosa no âmbito da teoria e sendo um espaço de arte e cultura. Em seu último texto para a revista, Ruy examina o peso que podem ter as atividades intelectuais críticas e responsáveis na defesa da democracia, em conjunto com a luta pela via direta e também representativa:

Se não temos uma multidão de críticos competentes, temos “um punhado”, e, guardadas as proporções, gente muito qualificada. Esse “povo” precisa se tornar consciente da função que está exercendo, e mais do que isto, do papel que poderá ter. Pensar e escrever não é menos decisivo do que atuar no parlamento, ou do que se manifestar na rua. Infelizmente, privilegia-se demais esse último aspecto. Sem subestimá-lo, creio, entretanto, que o nosso destino, o destino da esquerda democrática e do país, depende na realidade destes três vértices: a luta de rua, a luta parlamentar, e o trabalho da imprensa crítica e teórica, junto do qual vai o ensino crítico na Universidade.4

Além de suas atividades políticas e filosóficas, Ruy também era poeta bissexto. Nesse âmbito, publicou Os piores anos de nossa vida, de 2008, e Lições de ética, de 2012. Os livros contém poemas, prosas poéticas e traduções, passando por temas que evocam a infância, a família, a morte e a filosofia, com marcadas influências modernistas. Junto da poesia, era um apaixonado por música, com gosto particular pelo jazz e o samba, gêneros nos quais se sentia à vontade. Foi tocando piano em sua casa, em Paris, que Ruy faleceu em decorrência de um infarto, no dia 1º de maio desse ano.

Dotado de enorme vitalidade, Ruy viveu várias vidas ao longo de sua vida: filósofo, militante, professor, poeta, músico… Sua abrupta despedida foi seguida da homenagem de inúmeros amigos e admiradores, nas quais se sobressaem marcadamente o rigor teórico, a alma democrática e a luta por uma sociedade mais justa, características de Ruy que ficam como seu legado para o futuro.

Ruy Fausto — Bibliografia

  • Marx: lógica e política, tomo I (Brasiliense, 1983)
  • Marx: logique et politique (Publisud, 1986)
  • Marx: lógica e política, tomo II (Brasiliense, 1987)
  • Sur le concept de capital: idée d’une logique dialectique (Harmattan, 1996)
  • Dialética marxista, dialética hegeliana – A produção capitalista como circulação simples (Paz e Terra, 1997)
  • Le Capital et la Logique de Hegel, dialectique marxienne, dialectique hégélienne (Harmattan, 1997);
  • Marx: lógica e política, tomo III (Ed. 34, 2002)
  • A esquerda difícil: em torno do paradigma e do destino das revoluções do século XX e alguns outros temas (Perspectiva, 2007)
  • Os piores anos de nossas vidas, (Fundação Astrojildo Pereira, 2008)
  • Outro dia: intervenções, entrevistas, outros tempos (Perspectiva, 2009)
  • Lições de ética, sol poente, arenques, sanduíches no “comptoir” (Fundação Astrojildo Pereira, 2012)
  • Sentido da dialética, Marx: lógica e política (Ed. Vozes, 2015)
  • Caminhos da esquerda: elementos para uma reconstrução (Companhia das Letras, 2017)
  • Ciclo do totalitarismo (Perspectiva, 2017)